segunda-feira, 4 de agosto de 2008

SITUACIONAL 3

Jack não é seu nome. Nem Pedro mustafá baraka...
Jack faz ser tolo
Pedro faz ser besta

Ocorre uma festa. Verdejante. Todos não mais andam. Movem-se na dança.
Quisemos todos a época do vinho! Vinho tomado em conchas. Derramado ao chão. Substituto da água. O mestre de cerimônia protege o flanco direito do trono. Ocorrem julgamentos ali - pois haverá uma encenação. Atores para os vivos e para os mortos. O mestre os separa. Dentre suas funções, recebe filas de longos homens e desvairadas mulheres. Portam potes arremessados aos pés do mestre, pisando-os os tornam vermelhos.
BROTA VINHO!

Guerra de uvas nas plantações. Os de 10 anos andam nus. As meninas os emitam. Muitas meninas apenas brincam com meninas - tem mais o seu formato. E não sabem se o seu rir é também gemer. Os pivetes as caçam. Bem aventurados são aqueles a esbarrar nas pedófilas. Elas os descomem...

Bem aventurados sejam os viventes daqui.
Anuncia o ‘VENHAM A MIM’ - É DO MESTRE QUE TAL SE ESCUTA.

O último, dançado de cócoras, se vai...

Uma pregação em sintoma de festa. Arribam 758 mulheres - número convencional e exato. Esfregam-se. Aponta uma como viva. Outra como morta. Rege o mestre...
As vivas ganham brindes². Das mortas não se fala...

Nas margens da dança. Se orgia. Se renasce. Há vestidos decotados desbotados. Meus sorrisos indignados. Muitos se desfolham. Conversa-se entre mentes. Fala-se de debates e se rir da ética. Algum puxa certo sotaque. Parte o acompanha. É na noite que tudo subsiste.

Dialogando com Emanuel (nome apenas usual) o homem ficou do lado da praia. Era da noite - meu encanto, quase falava Emanuel (nome apenas usual)
‘tenho retórica das suas horas. E caminho por dentro dos seus vales. Se nas noites me descubro - tenho o luxo da preguiça. Toda às vezes, no conhecer de uma mulher, a pergunto por seus desejos. E se cumprem na hora das sombras das luzes’
‘verdade, Emanuel. Como desgostar?’

Entoam-se múmias quando se sustenta decoro. São todos nuns. De um por um o festejo verdejante progride. Pornogra-se...
E corpos se entulham.
A exaustão vem com um semana velha de revezamentos. Aproveita-se.
Haveria mais festa - uma pausa mais longa em nome da cruz da mãe do mestre. Mesmo seu pai se espera...

Donde caem chuvas. Algazarra perigosa. Uma anã dá o tom. Mãos nas cabeças. Grito sobre a ponte. No infinito silêncio das cores a ecoar.

O homem-bolha insurge
‘FORMALIZADOR E SENSATO ÚLTIMO-HOMEM! ÚLTIMO-HOMEM POIS DOU-TE UM NOME, MONTE DE RAZÕES. O MERECE! TEUS DESGRAÇADOS TE SEGUIRAM. AGORA CHOVE HOMEM! É FIM! É FIM! HOMEM, MULHER E MENINO SEM TRATO, SEM VERVE E SEM SUSTÂNCIA! TODOS BATIZADOS E NOS DOGMAS OPNIOSOS! VÊ, SE QUE DESCEM EM FOGO-BRASA COMO TU! SÃO AINDA PIORES’...

Invadíamos eu e você... e nós...

[david albuquerque de oliveira]



Nenhum comentário: