quarta-feira, 23 de julho de 2008




Toda pertinácia seria o esforço por dar o volume máximo

À única chance de grito de alerta.

Sabe?

Gosto de poemas sem títulos:

Começam de repente, sem se apresentar, sem pedir licença,

Como o grito de alguém na rua que acorda todo mundo dentro da casa

Ou os passos furtivos de alguém que chegou tarde ou não devia estar ali

E fez latir os cães de ponta a ponta por trás das grades fechadas.

Antes gostava da idéia de cada livro ter apenas um único exemplar de uma única edição

E o mesmo para discos, danças, peças de teatro.

Tudo deveria ser único como os quadros e as esculturas que não tivera cópia,

Mas, naturalmente, nada deveria trazer a sua assinatura.

Tudo deveria ser único

Apenas

Por ser único.

Assim, veríamos, em tudo, a confissão desesperada de cada segundo que passa.

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